Por

João Dantas

Cidade paraibana ganha destaque no Jornal Nacional pelo avanço do mar

O avanço do mar fez uma cidade da Paraíba decretar situação de emergência nesta semana.

A casa em que a técnica em enfermagem Joana Bernardo morou, no Litoral Norte da Paraíba, não existe mais: foi levada pela água.

“Foi a partir de 2010, 2011, 2012 que começou o avanço. Então, as pessoas foram se mudando e chegou a esse ponto. É muito triste”, define.

Avanço do mar faz cidade na Paraíba decretar situação de emergência — Foto: Reprodução/TV Globo

Avanço do mar faz cidade na Paraíba decretar situação de emergência — Foto: Reprodução/TV Globo

Nos últimos dez anos, o avanço do mar derrubou casas de Baía da Traição, cidade de 9 mil habitantes, a maioria indígena.

A prefeitura e governo do estado decretaram estado de calamidade pública. A parte mais atingida fica na Aldeia Forte. O acesso se dá por uma das faixas da rua, que ainda não foi tomada pela água do mar. O geógrafo Saulo Vital afirma que com as mudanças climáticas, o nível dos mares tem aumento.

“Ao longo das últimas décadas houve uma ocupação indevida da faixa de areia da praia, e isso hoje está repercutindo com essa questão das mudanças climáticas”, afirma.

Até este sábado (9), o município de Baía da Traição contabiliza 20 casas que vieram abaixo com o avanço do mar e prevê que, a cada ano, com a erosão, sejam perdidos, seis metros de faixa de areia e de área urbana. A preocupação é que, nesse ritmo, em pouco tempo, o mar atinja o rio, trazendo transtornos incalculáveis para a saúde pública e para a cultura do município.

“A Baía da Traição vem necessitando urgentemente de uma ação para que o mar não avance e acabe com nossa fonte de água potável”, afirma Emanuel Ferreira, secretário de Saúde de Baía da Traição.

Para os indígenas, a preocupação é com o isolamento. Sem receber os turistas, a economia nas aldeias fica comprometida:

“O Oceano Atlântico cada vez mais avançando. Se chegar a oportunidade que vai chegar, não tem como, atravessar aquela passagem onde a gente passa pra fazer nossas viagens, socorro de problema de saúde, entendeu? Aí fica difícil para nós”, afirma o indígena, Pajé Antônio.

A Prefeitura de Baía da Traição declarou que está tomando medidas paliativas e que espera recursos para outras providências, como o alargamento da faixa de areia.

CARIRI IN FOCO

Com G1 e Jornal Nacional

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