Taperoá, na região do Cariri Ocidental da Paraíba, está em plena atividade no processo de catação do umbu safra 2023, numa dinâmica ainda direta da natureza, sem investimentos e sem agregação de valor ao produto o que representa uma renda extra que pode, com o tempo, passar por formas sustentáveis de agregação de valores na preservação e plantio das culturas, colheita, beneficiamento e acesso aos mercados.
Stúdio Rural, em diálogo com o mobilizador social e agricultor familiar José Marcelino Alves Melquíades, residente no sítio Mutamba, Taperoá-PB, sobre a importância da cultura em toda a região, ele garante que na atualidade as famílias já descobriram a forma de catação e venda à compradores na região como uma renda extra neste período do ano, mas lamenta que a grande parcela da produção ainda se perde nas matas por falta de organização social dessas famílias e comunidades e explicou que Taperoá já catou mais de mil caixas de 26 quilos do produto. “Nós ainda estamos naquele processo de vender in natura, só que o nosso objetivo é transformar o umbu em geleia, no licor do umbu, dentre outros produtos que dê condições na melhoria do preço, inclusive trabalhando o processo de venda direta aos consumidores”, explica Melquíades ao dialogar com Stúdio Rural acrescentando que, somados, os municípios registram uma elevada quantidade de umbu que é levada para indústrias em diversos centros, sempre à preços bem abaixo da realidade que poderiam ser alcançados pela agricultura familiar.
Aquela liderança falou sobre um encontro recente promovido pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus Sumé (Clique e leia), em que se discutiu ações e políticas públicas de governos para o processo de melhor aproveitamento e melhores valores ao produto e colocou como exemplo um programa da Conab que faz complemento financeiro ao produto como estímulo aos agricultores que faz com a caixa vendida ao preço de R$ 20,00 receba completo que elava para R$ 32,00. “O agricultor se cadastra na Conab e a partir de então passa a ganhar diferença no preço que estabilize em R$ 32,00. Para que o agricultor possa ter acesso a esse crédito através da Conab, a gente faz o cadastramento do agricultor, daí tira a nota fiscal como ele vendeu seu produto pelo preço inferior para que a Conab pague a diferença, porque quando a Conab paga essa diferença ela está, de certa forma, incentivando o agricultor a colher sua produção e ao mesmo tempo estimula para que ele cuide de seus umbuzeiros e proteger o meio ambiente” explica Melquíades classificando a prática governamental como possibilitadora de preservação a cultura em sintonia com a vegetação do semiárido.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural